9.11.08

Tomando medidas e medindo tomadas

Era pra ser um post ilustrado, com inúmeras fotos dos procedimentos técnicos que vou descrever, mas infelizmente foi tudo feito subitamente sem muito planejamento. Só espero poder ilustrar satisfatoriamente a história com minhas humildes habilidades narrativas.

As tomadinhas de telefone do meu apartamento são um nojo. Ou eram, porque troquei o par de tomadas da sala, as únicas em uso por enquanto. Na parede há o normal em qualquer tomada: uma daquelas caixas de plástico com um cano por onde chegam o par de pares trançados cinzentos, as duas linhas telefônicas. Mas cada um desses pares trançados estava ligado a uma tomadinha horrível, e estas ligadas imediatamente a adaptadores de tomadas do padrão Telebrás para o formato "americano", o popular RJ-11 que é o mais fácil de se encontrar hoje em dia.

Essas duas quimeras conectivas encontravam-se largadas dentro da caixa de plástico na parede, sujas com manchinhas da tinta amarela que foi empregada na parede, demonstrando a falta de capricho dos pintores. Fechando a caixa, um espelho branco, relativamente bonitinho, mas preso com um único parafuso a um dos buracos de fixação da caixa.

Para tentar melhorar essa situação deprimente, primeiro comprei o material indispensável: novas tomadas. Comprei tomadas brancas daquelas que tem tanto os buracos do padrão brasileiro, quanto RJ-11, dispensando assim os conectores. Comprei também o suporte de metal para as tomadas, que é uma tira de metal dobrada apropriadamente furada.

Fui numa lojinha meia-boca, e eles me venderam duas tomadas diferentes. Pedi pra trocar depois, mas eles não tinham duas da que achei melhor, então ficou assim mesmo. É bom que posso comparar as duas tomadinhas aqui no blog! E ficou faltando ainda os parafusos pra prender tudo no lugar. Só achei os parafusos em outra lojinha, na Madá.

É possível encontrar pra vender o conjunto completo: as tomadinhas, suporte, parafusos e espelho. Seria o ideal. Mas com pouco dinheiro e com tempo de ir apenas nas lojas nas redondezas, teve que ser essa bagunça.

Enfim. Para instalar as tomadas a primeira coisa que vocês tem que saber é que os fios do telefone possuem polaridade. Apesar da gente costumar usar pares sem distinção de cor, existe uma polaridade. Você também precisa saber que o choque pode ser bem doloroso... Não toque no fio ou no metal das ferramentas enquanto estiver trabalhando. E reze pra não receber uma ligação durante o serviço, eu já vi gente tomando choque da tensão que surge ali quando toca a campainha, e parece que o negócio é bravo.

Para descobrir a polaridade, acho que é possível utilizar um multímetro, ou coisa que o valha, e aí basta procurar na Internet pra descobrir qual dos pinos é o positivo. Mas se você vai apenas trocar de tomada, você só precisa ver na hora que fio está onde, e ligar no mesmo terminal. Dica: ligue um fio primeiro, e o outro depois. Já aconteceu muito comigo de trocar um conector, e desligar todos fios do velho primeiro, e aí esquecer qual vai onde. Não sei se é seguro ligar os fios na polaridade invertida, portanto recomendo extrema precaução.

O primeiro conector que fui trocar desmanchou na minha mão quando fui tirar a capa. Que negócio mais velho e ruim... Liguei em um conector em que a parte "americana" é uma pecinha de plástico separada. A dificuldade nesses conectores é que tem que tomar cuidado pra não deixar solto o fiozinho que vai do parafuso, que fica na parte "Telebrás", até a parte "americana".

O segundo conector estava sem a capa de cima, era apenas a parte crucial da tomada, com um adaptador para RJ-11 tampando tudo. A pessoa que fez aquilo foi "esperta"... Foi esperta também prendendo as tomadas com fita crepe do lado de trás do espelho. Mas obviamente não é algo que dure muito: as fitas estavam caídas lá dentro, mumificadas, deixando apenas resquícios gosmentos de cola onde estavam antes.

Na outra tomada nova os terminais da parte americana são fios que fica "flutuando" quando você tira a tampa, e tem que vigiar pra colocá-los no lugar certo quando fecha o conector. Nessa tomada o parafuso era mais profissional: tinha uma chapinha pra colocar entre a cabeça do parafuso e os fios, garantindo uma melhor conexão e fixação.

Parafusei os suportes na caixa, e posicionei as tomadas (o correto seria ter ainda parafusado as tomadas no suporte, mas não tinha os parafusos para isso). Aí basta agora apenas parafusar o espelho nos buracos dos suportes, como tem que ser. Podem ocorrer alguns problemas de alinhamento nessa hora, e os parafusos podem inclinar durante a colocação, mas com jeitinho as coisas assentam no lugar, e fica tudo tran-chan.

Não se submeta à preguiça alheia! Não aceite menos do que uma tomada alinhada com a parede, e espelhos colocados sem deixar buracos. Cuide bem de suas tomadas, interruptores, torneiras e tudo mais, são a alma da sua casa!

3.11.08

Bancando bancos

Depois de dois meses procurando apartamento, achando, e lutando pra fechar o contrato, finalmente aluguei meu apartamento novo, duas semanas atrás. Não deu pra relatar muito do processo porque a raiva às vezes alimenta a inspiração do escritor, mas às vezes apenas desanima...

Mas agora já estou mais animado! Com raiva, sim, mas essa raiva combustível, que podemos tentar transformar em ação.

Hoje foi anunciada a fusão do Itaú com o Unibanco. Enquanto a crise que brotou no mercado imobiliário dos EUA faz com que bancos se fundam em enormes sofás estofados com dinheiro no mundo todo, e se comprem uns aos outros em contratos de 20 bilhões de reais, comprei hoje o primeiro móvel da casa. Um banco! Comprei um banco com 20 reais, seguindo a tendência. Um banquinho desses altos, de trabalhar em pranchetas e afins. Por enquanto é um quebra-galho, mas não é apenas uma compra "provisória" porque banquinhos assim são ótimos pra trabalhar com eletrônica. É equipamento obrigatório em bancadas de laboratórios nas escolas por aí, e algo de que eu genuinamente sentia falta na minha casa velha, onde era obrigado a usar a mesma cadeira estofada de metal, com encosto, que usava ainda pra comer e trabalhar no computador (é, tudo na mesma mesa também!!).

É um banquinho daqueles de quatro pernas meio bambos. Confesso um certo temor de utilizá-lo com meu peso extra-ordinário, (mesmo se eu estivesse no meu peso ideal). Espero que o móvel venha a se tornar digno de minha confiança com o tempo.

O objetivo do banquinho é me permitir trabalhar melhor em casa enquanto espero aqui por coisas como o montador do Magazine Luísa que vem montar a cama de casal que já foi entregue há uma semana, o entregador do colchão (que eu deveria ter comprado aqui perto de casa), e os sujeitos que virão aqui arrumar a torneira da cozinha e duas portas. Eu já tenho o essencial pra trabalhar aqui enquanto espero: Meu notebook (cuja mochilinha oficial está na costureira, então é até bom que eu não saia de casa com ele) e agora conexão com a Internet, via Speedy. A ausência se TV só contribui pro ambiente de trabalho.

Estou usando o notebook da forma que sempre se sugeriu que ele fosse utilizado nos tempos em que "TI" se chamava "Informática": em cima do colo, lap-top. Assim ele me oferece mais calor e diversão do que qualquer tradicional performadora de lap dance nos cabarés estadunidenses.

Só faz falta ainda um apoio pros pés. Não tenho um tijolo, um caixote que seja que me permita acomodar-me adequadamente! Minto, havia aqui no apartamento, quando chegamos, uma daquelas paradas que é um banquinho com uma escadinha dentro, que foi usado por algum pintor e largaram aqui em casa. Este objeto rejeitado pelos antigos inquilinos foi o objeto mais importante da casa por uns bons dias, até agora que comprei meu banquinho de luxo... Estou usando pra apoiar os pés agora, já que sentar nessa imundice requer muita auto-persuasão.

Antes estava usando o computador sentado no chão, em todas 5 formas que conheço de sentar-se no chão, tanto ocidentais e ameríndias quando asiáticas. Mas não sou capaz de me manter em tal posição pelo tempo necessário. Uma almofadinha, ou uma mesinha pra botar o notebook em cima, ajudariam muito. Talvez eu venha a intercalar o banquinho com o chão, visto que o primeiro é bom para as pernas mas ruim pras costas. Trabalhar na cama eu até consigo, mas com apenas um colchonete no chão fica um pouco ruim. (Eu não imaginava que fizesse qualquer diferença até tentar!)

Em tempo, e tornando o post mais útil: comprei o banquinho numa loja aqui na av. São João, perto de onde tenho a sorte de morar --- mentira, não é sorte, foi de propósito, mas falar em sorte deixa tudo mais excitante. Custou R$20. Um banquinho menor, de metal, estofadinho, sai 30. Não gostei porque não é bom pra trabalhar, e não dá pra usar de mesinha pra colocar vaso de planta em cima caso o banco se torne obsoleto como tal. E é barango, ao contrário do de madeira que é mais clássico do que vestidinho preto. Cadeira normal estofada sai uns 50, e cadeira de escritório, com rodinha, apoio de braço etc, sai lá uns 200 paus. Tinha pra vender também cadeira com mesinha na frente, dessas de escola. Achei que ia ser super prático e engraçado de comprar, sendo eu do meio acadêmico, mas vou dar o benefício da dúvida para a sociedade antes de comprar com o entusiasmo ingênuo que aquele fotógrafo maluco do Blow-up compra (rouba?) aquela hélice de madeira no filme.

Em breve devo postar um relatório completo sobre a próxima pequena melhoria a ser feita na casa: upgrade das tomadinhas de telefone da sala! Um abraço.