3.11.08

Bancando bancos

Depois de dois meses procurando apartamento, achando, e lutando pra fechar o contrato, finalmente aluguei meu apartamento novo, duas semanas atrás. Não deu pra relatar muito do processo porque a raiva às vezes alimenta a inspiração do escritor, mas às vezes apenas desanima...

Mas agora já estou mais animado! Com raiva, sim, mas essa raiva combustível, que podemos tentar transformar em ação.

Hoje foi anunciada a fusão do Itaú com o Unibanco. Enquanto a crise que brotou no mercado imobiliário dos EUA faz com que bancos se fundam em enormes sofás estofados com dinheiro no mundo todo, e se comprem uns aos outros em contratos de 20 bilhões de reais, comprei hoje o primeiro móvel da casa. Um banco! Comprei um banco com 20 reais, seguindo a tendência. Um banquinho desses altos, de trabalhar em pranchetas e afins. Por enquanto é um quebra-galho, mas não é apenas uma compra "provisória" porque banquinhos assim são ótimos pra trabalhar com eletrônica. É equipamento obrigatório em bancadas de laboratórios nas escolas por aí, e algo de que eu genuinamente sentia falta na minha casa velha, onde era obrigado a usar a mesma cadeira estofada de metal, com encosto, que usava ainda pra comer e trabalhar no computador (é, tudo na mesma mesa também!!).

É um banquinho daqueles de quatro pernas meio bambos. Confesso um certo temor de utilizá-lo com meu peso extra-ordinário, (mesmo se eu estivesse no meu peso ideal). Espero que o móvel venha a se tornar digno de minha confiança com o tempo.

O objetivo do banquinho é me permitir trabalhar melhor em casa enquanto espero aqui por coisas como o montador do Magazine Luísa que vem montar a cama de casal que já foi entregue há uma semana, o entregador do colchão (que eu deveria ter comprado aqui perto de casa), e os sujeitos que virão aqui arrumar a torneira da cozinha e duas portas. Eu já tenho o essencial pra trabalhar aqui enquanto espero: Meu notebook (cuja mochilinha oficial está na costureira, então é até bom que eu não saia de casa com ele) e agora conexão com a Internet, via Speedy. A ausência se TV só contribui pro ambiente de trabalho.

Estou usando o notebook da forma que sempre se sugeriu que ele fosse utilizado nos tempos em que "TI" se chamava "Informática": em cima do colo, lap-top. Assim ele me oferece mais calor e diversão do que qualquer tradicional performadora de lap dance nos cabarés estadunidenses.

Só faz falta ainda um apoio pros pés. Não tenho um tijolo, um caixote que seja que me permita acomodar-me adequadamente! Minto, havia aqui no apartamento, quando chegamos, uma daquelas paradas que é um banquinho com uma escadinha dentro, que foi usado por algum pintor e largaram aqui em casa. Este objeto rejeitado pelos antigos inquilinos foi o objeto mais importante da casa por uns bons dias, até agora que comprei meu banquinho de luxo... Estou usando pra apoiar os pés agora, já que sentar nessa imundice requer muita auto-persuasão.

Antes estava usando o computador sentado no chão, em todas 5 formas que conheço de sentar-se no chão, tanto ocidentais e ameríndias quando asiáticas. Mas não sou capaz de me manter em tal posição pelo tempo necessário. Uma almofadinha, ou uma mesinha pra botar o notebook em cima, ajudariam muito. Talvez eu venha a intercalar o banquinho com o chão, visto que o primeiro é bom para as pernas mas ruim pras costas. Trabalhar na cama eu até consigo, mas com apenas um colchonete no chão fica um pouco ruim. (Eu não imaginava que fizesse qualquer diferença até tentar!)

Em tempo, e tornando o post mais útil: comprei o banquinho numa loja aqui na av. São João, perto de onde tenho a sorte de morar --- mentira, não é sorte, foi de propósito, mas falar em sorte deixa tudo mais excitante. Custou R$20. Um banquinho menor, de metal, estofadinho, sai 30. Não gostei porque não é bom pra trabalhar, e não dá pra usar de mesinha pra colocar vaso de planta em cima caso o banco se torne obsoleto como tal. E é barango, ao contrário do de madeira que é mais clássico do que vestidinho preto. Cadeira normal estofada sai uns 50, e cadeira de escritório, com rodinha, apoio de braço etc, sai lá uns 200 paus. Tinha pra vender também cadeira com mesinha na frente, dessas de escola. Achei que ia ser super prático e engraçado de comprar, sendo eu do meio acadêmico, mas vou dar o benefício da dúvida para a sociedade antes de comprar com o entusiasmo ingênuo que aquele fotógrafo maluco do Blow-up compra (rouba?) aquela hélice de madeira no filme.

Em breve devo postar um relatório completo sobre a próxima pequena melhoria a ser feita na casa: upgrade das tomadinhas de telefone da sala! Um abraço.

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